Quanto tempo deve durar uma consulta médica?

Quanto tempo deve durar uma consulta médica?

Reclamações são o que não faltam sobre o tempo de consulta médica. As queixas maiores são da rede pública de saúde, mas já atingem também muitos consultórios particulares.

Se por um lado, estão pacientes insatisfeitos com o pouco tempo que dispõem para relatar o caso, ouvir o diagnóstico e entender o tratamento; do outro estão os profissionais que, muitas vezes, passam os dias entre um hospital e outro, realizam cirurgias e ainda atendem em suas clínicas.

No meio dessa história toda, uma coisa é certa: no Brasil, não há nenhuma regulamentação sobre o tempo de duração das consultas médicas. Portanto, é preciso bom senso.

Acompanhe o nosso conteúdo e entenda melhor as recomendações acerca do período de consulta.

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Quem deve decidir o tempo de consulta médica?

Conforme o capítulo II e inciso VIII do Código de Ética Médica,  quem define o tempo de consulta médica é somente o próprio médico responsável. Trata-se de um direito do profissional, e o sistema de gestão não pode interferir nesse caso. 

Por isso, o profissional possui o poder de decidir, de acordo com a complexidade do diagnóstico ou quadro, o período ideal para a consulta.

Qual tempo indicado pelo Conselho Federal de Medicina? 

Por ser o órgão regulador das relações do profissional de medicina, é importante também considerar o que o CFM define sobre o tempo de consulta médica.

Na realidade, em harmonia com o código de ética médica, o CFM também considera que o profissional tenha autonomia sobre as durações da consulta.

Nesse sentido, é importante que o profissional preste um serviço de qualidade, que desenvolva exames, diagnóstico e tratamento se necessário. 

Dessa maneira, embora nenhum órgão possa interferir nessa decisão, é de responsabilidade do profissional prestar o serviço adequado ao paciente.

Encontre o equilíbrio

Nem tempo demais, nem de menos: é necessário encontrar o equilíbrio entre o seu trabalho e cada paciente atendido. Lembre-se de que acima de qualquer dificuldade a ética deve prevalecer.

É a partir desse princípio que, grande parte dos profissionais, considera 25 minutos um tempo ideal para uma boa consulta, embora ninguém se comprometa a oficializar isso.

Até porque, a depender da especialidade, 25 minutos pode ser um tempo curto para a identificação do quadro e previsão de tratamento. Em outros casos, a consulta pode ser muito mais ágil, sem a necessidade desse período.

É preciso lembrar ainda que a medicina estabelece como princípio básico da profissão, o foco e a atenção na vida e saúde do ser humano, pelo qual o profissional deve agir, dando o melhor de si.

Como menciona o artigo 8º do Código de Ética Médica, o “médico não pode, em qualquer circunstância, ou sendo obrigado, renunciar à sua liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho”.

Dessa forma, é importante que o profissional trabalhe sempre procurando, mediante o histórico do paciente, fazer uma avaliação criteriosa para que as orientações de tratamento não resultem em erros futuros, que possam causar danos aos pacientes, ou ações na Justiça aos profissionais.

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Perigos de uma consulta muito rápida

Embora seja definida a critério do médico, a consulta muito rápida pode prejudicar a experiência do paciente. Além disso, economizar tempo em meio às consultas não é algo positivo e o profissional fica vulnerável a alguns riscos, como:

Erros

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O principal risco que o profissional corre quando promove consultas muito rápidas é o de cometer um erro que cause danos futuros ao paciente. 

A negligência médica é uma conduta ilícita que ocorre quando o profissional não toma as atitudes necessárias para o tratamento do paciente. 

Nesse caso, a situação é considerada um ato ilícito e pode resultar em processos judiciais contra o médico. 

Quando o tempo de consulta médica é muito restrito, o profissional pode acabar por não tomar as providências em relação ao quadro do paciente.

Dessa maneira, ao ignorar informações relevantes e não prestar o serviço adequado, a ocasião pode ser caracterizada como negligência médica e acarretar processos contra o profissional.

Por isso, é fundamental que o médico disponha do tempo adequado na consulta para atender, investigar e diagnosticar o paciente. 

Além de ocasionar problemas jurídicos, os erros médicos comprometem a vida de outras pessoas, e podem ser evitados com a atenção devida ao usuário.

Impessoalidade

A relação médico-paciente precisa conter muita compreensão e confiança para que o paciente prossiga com o tratamento adequadamente. 

Por outro lado, quando o tempo de consulta médica não permite um diálogo adequado, a impessoalidade pode ocasionar uma experiência prejudicada ao paciente.

Isso porque quando não há confiança no profissional, é comum que o tratamento não seja seguido, ocasionando possíveis complicações.

Além disso, um diálogo muito apressado faz com que detalhes importantes não cheguem ao conhecimento do médico. 

Consequentemente, o vínculo impessoal do paciente com o profissional pode resultar em um diagnóstico impreciso ou uma compreensão inadequada do quadro clínico.

Surgimento de dúvidas futuras

Quando não há tempo para detalhar o quadro, diagnóstico e tratamento do paciente, é possível também que ele apresente muitas dúvidas acerca da situação.

Dessa maneira, sem o auxílio do profissional para essas questões, o paciente pode acabar por se informar em fontes inadequadas e comprometer seu tratamento. 

Um dos maiores riscos, nesses casos, é a utilização errada das doses de medicamento. 

Esse já é um problema comum no Brasil, e o SINTOX, já registrou que 28% de todas as notificações de intoxicação ocorreram devido ao uso inadequado medicamentos. 

Além de não ser funcional para o tratamento, utilizar doses inadequadas pode ocasionar o surgimento de novas patologias no paciente. 

Por isso, é fundamental detalhar a importância de seguir as orientações, trabalhando, assim, uma relação de confiança com o paciente.

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Como otimizar o tempo de consulta?

Ainda que seja um grande desafio, é possível aproveitar melhor o tempo de consulta médica sem exigir mais do profissional. 

Para isso, é preciso investir em uma gestão mais desenvolvida, que proporcione ao médico um acesso mais ágil às informações necessárias. 

Dessa maneira, o profissional não perde tempo buscando os dados, e pode dedicar mais tempo ao atendimento do paciente.

Secretária: sua aliada

A secretária pode desempenhar um papel fundamental para ajudar a organizar e a otimizar o seu tempo de atendimento. É dela a responsabilidade de:

  • Solicitar aos pacientes que relembrem e anotem o início e os tipos de sintomas, os possíveis remédios ingeridos ou exames realizados antes da consulta;
  • Separar o histórico do paciente para que o médico possa analisar;
  • Lembrar aos pacientes que procurem chegar ao consultório no horário agendado ou que comuniquem, com antecedência, uma possível falta à consulta;
  • Ressaltar a importância da realização dos exames e do retorno para acompanhamento.

Uma simples conversa com sua secretária para definir itens como esses pode ajudar, e muito, no andamento das atividades da sua clínica ou consultório.

Com essa profissional, torna-se possível agilizar processos burocráticos e de conscientização, para que os pacientes realizem o tratamento adequado. 

Prontuário eletrônico

A ferramenta tecnológica de prontuário eletrônico é uma excelente opção para otimizar o tempo de consulta médica e humanizar o atendimento.

Isso porque a partir dele, é possível inserir informações pertinentes a cada paciente, de forma muito mais rápida e exclusiva para cada pessoa.

A exemplo, o médico pode inserir dados específicos, como a condição de fumante ou alguma deficiência que o paciente possua. 

Também não há a necessidade de ficar buscando prontuários em uma pilha de papéis: com o prontuário eletrônico o armazenamento é ilimitado, e permite um acesso muito mais simples ao profissional.

Dessa maneira, os processos são simplificados e o médico pode destinar mais atenção ao paciente, para compreender melhor sua situação.

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Conclusão

Embora o tempo de consulta médica deva ser suficiente para atender o paciente de forma assertiva, isso não significa que sua duração precisa ser muito extensa.

Isso porque além de sobrecarregar os profissionais, as consultas muito longas também podem tornar a experiência maçante para o paciente. 

Sendo assim, a melhor alternativa é otimizar o tempo de consulta a partir de ferramentas e atividades de gestão adequadas.

Dessa maneira, o profissional pode evitar erros, ao focar de maneira mais direcionada nas necessidades do paciente em questão.

Isso também contribui para uma melhora na qualidade do serviço médico, já que ele não precisará dispor de mais tempo para atender melhor.

Vale também evitar perder tempo com atrasos e faltas nas consultas, já que isso agrava a rotina do profissional. 

Confira também: Como lidar com os atrasos e melhorar a produtividade no seu consultório.

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André Luiz Forchesatto

André Luiz Forchesatto

Ajudo a facilitar a rotina de nossos clientes, gerenciando o time que trabalha constantemente para simplificar a gestão de clínicas, consultórios e centros médicos pelo Brasil.
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