Futuro da telemedicina: entenda o que acontecerá após a COVID-19

Futuro da telemedicina: entenda o que acontecerá após a COVID-19

Mais do que nunca, pensar no futuro da telemedicina é refletir sobre o nosso, afinal, a tecnologia já é uma parte da nossa sociedade. Olhe em volta e veja como sempre há um aparelho eletrônico, um dispositivo conectado. Até mesmo você, que está lendo este texto, não está fazendo isso de qualquer lugar, não é? Se não é pelo computador, provavelmente, está no seu celular.

Isso não é uma hipótese, a tecnologia representa agora o que somos como sociedade, e é óbvio que na área da saúde, isso não seria diferente. Robôs cirurgiões, consultas pela internet, biotecnologia são só alguns representantes dessa evolução de como a medicina trabalha e o que chamamos de telemedicina.

Neste texto, vamos refletir sobre a medicina e tecnologia e o que podemos esperar do futuro. Continue!

O surgimento da telemedicina no país e no mundo

A telemedicina não é uma invenção do século XXI, acredite, faz mais de 80 anos que ela existe. Oficialmente, o surgimento das primeiras iniciativas juntando medicina e tecnologia apareceram na década de 1960, nos EUA. Para atender qualquer emergência que acontecesse no aeroporto de Boston, o Hospital Geral de Massachusetts foi conectado ao lugar. A ideia era que se houvesse alguém com algum problema, o hospital receberia as informações em primeira mão e poderia estar mais preparado para resgatá-lo.

No Brasil, 25 anos depois, a telemedicina começava a dar os seus primeiros passos. Era, inclusive, uma disciplina do curso de informática médica da USP. Em 1990, apareciam os primeiros diagnósticos de eletrocardiograma por fax feitos por uma companhia privada.

A legislação da telemedicina

No Brasil, apesar de a telemedicina ser utilizada desde da década de 1990, a prática só foi mesmo legislada dez anos depois, em 2000. A resolução nº 1.643/2002 feita pelo Conselho Federal de Medicina regulariza a prática. Contudo, ela restringe o uso de tecnologias audiovisuais e de tratamento de dados à educação, assistência e pesquisa em saúde. Sem especificar sobre consultas, diagnósticos, cirurgias ou acompanhamentos.

Em 2011, começa o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, feito pelo Ministério da Saúde. Essa iniciativa tinha como o foco aumentar o uso da telemedicina para permitir diagnósticos, consultas e ampliar o alcance educacional, mas estava voltado para o SUS (sistema único de saúde).

Em 2018, o CRM promove a resolução nº 2.227 com o objetivo de estimular o uso de tecnologias da informação para assistência médica. Entretanto, os Conselhos Regionais pediram para ter uma participação mais efetiva na discussão, o que fez com que o CRM revogasse a norma.

Só dois anos depois, com a pandemia, começou-se um movimento para regularizar as práticas de telemedicina. O Ofício nº1756/2020 do Conselho Federal de Medicina, foi a primeira autorização. Abrindo espaço para que práticas como orientação, encaminhamento, monitoramento, consulta possam ser feitas a distância.

Depois, o Ministério da Saúde lança a Portaria 467/20 que amplia o alcance da telemedicina para o atendimento pré-clínico, diagnóstico, suporte assistencial tanto para as clínicas privadas, quanto para o SUS. Em abril de 2020, é sancionada a lei 13.989 que permite o uso da telemedicina enquanto durar os esforços do coronavírus.

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O novo normal e a adaptação dos consultórios

Ninguém poderia imaginar que 2020 fosse um ano marcado por uma pandemia. Um vírus que se propagou tão rápido pelo mundo, com muitas semelhanças com uma gripe, mas que é potencialmente letal. O coronavírus mudou a configuração da nossa rotina, de repente, palavras como isolamento, novo normal, se tornaram parte do vocabulário.

Se em parte, as mudanças provocadas pela pandemia trouxeram indecisão sobre o nosso futuro e também estimularam processos que estavam emperrados. Muitas iniciativas da telemedicina, por exemplo, talvez demorassem mais anos para serem implementadas e agora são uma realidade.

Não há mais espaço para esperas, a adaptação será fundamental para boa parte das clínicas, tanto as tecnologias vinculadas ao atendimento, quanto aquelas que estão diretamente ligadas ao trabalho do profissional.

A própria maneira como o coronavírus funciona, impossibilitando o contato de uma maneira geral, pressiona para que sejam pensadas alternativas para realizar atendimentos a distância e diagnósticos, de modo que cada vez mais, a necessidade de estar presente em um consultório só acontecerá em determinados casos.

O pós-covid e a telemedicina

Apesar do lançamento de diversas resoluções e ofícios alterando a maneira como a telemedicina é aplicada, especialmente, este ano. É preciso destacar que essas ampliações do alcance do uso da tecnologia na medicina está restrito à influência da Covid. Logo, essas legislações não são efetivas pós-pandemia, de maneira que apenas a de 2002 está realmente em vigor.

Contudo, obviamente, o uso crescente da telemedicina em 2020, pode impulsionar para que o ela torne-se parte do que é a medicina brasileira. A tendência é que tenhamos mais iniciativas voltadas para a tecnologia, como consultas por vídeos, diagnósticos, cirurgias feitas por robôs, entre outros.

Claro que é preciso destacar que as práticas a distância não são uma substituição dos mecanismos tradicionais. São, na verdade, uma forma de potencializar o alcance da medicina. Por exemplo, para regiões fora dos grandes centros, é possível proporcionar atendimentos a distância, reduzindo a disparidade em relação ao acesso à saúde de qualidade.

Sendo assim, o que veremos no futuro é mais discussões a respeito da telemedicina. Visto que com as iniciativas de agora é possível observar como ela é benéfica tanto para a população, por proporcionar acessibilidade, quanto para os médicos, já que agiliza o atendimento.

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Previsões futuras

Muitas das possibilidades que apresentaremos aqui, já existem em algum tipo de escala. Algumas são mais difundidas que outras, mas a tendência é que nos próximos anos, elas façam parte da rotina médica. Agora, vamos conhecer algumas dessas previsões.

Videoconferências entre centros hospitalares

Essa é uma tecnologia que dependerá, exclusivamente, da democratização da banda larga e a utilização cada vez maior das tecnologias de conexão como 4G e 5G. Contudo, é provável que daqui a uns anos a prática de videoconferência seja mais e mais utilizada. Isso será um avanço para diagnósticos, pesquisa de casos e até para encontrar soluções.

Imagine um médico de São Paulo podendo conversar sobre uma doença rara com outro de Pernambuco. Ou mesmo, realizar uma videoconferência com laboratórios de pesquisa internacionais para falarem sobre um novo caso.

O uso do telediagnóstico

Talvez uma das características principais, quando estamos falando de telemedicina, seja o telediagnóstico. Basicamente, ele é o diagnóstico que é efetuado a distância. Ele pode ser feito por meio de laudos de imagem, avaliações iniciais, eletrocardiograma e muitas outras iniciativas.

As previsões são, até por conta do padrão proposto nesse período pandêmico, que ocorra um aumento significativo dessa prática e que ela se torne parte das possibilidades de emitir um diagnóstico.

O telediagnóstico permite maior praticidade para o profissional, já que não importa o lugar em que esteja, seja em outra cidade, estado ou até país, ele tem acesso ao exame e consegue conversar com o paciente.

telediagnostico

Inteligência artificial

A IA é uma parte da ciência da computação que já está em diversos processos empresariais. Ela é uma poderosa tecnologia que proporciona autonomia às iniciativas computacionais.

Digamos que ela fornece estrutura para que uma máquina possa lidar com informações como uma pessoa. Logo, ela consegue analisar, selecionar, organizar e agir por conta própria. Ferramentas que têm essa característica são capazes de administrar dados de uma maneira muito eficiente.

Especificamente, na medicina, imagine um software de gestão capaz de analisar dados clínicos e apresentar opções de diagnóstico para o médico. Ou mesmo, um dispositivo que seja capaz de analisar exames e fazer a triagem, selecionando os casos mais urgentes. Em um futuro próximo esse tipo de facilidade será possível.

Monitoramento remoto

Outra facilidade que, provavelmente, se tornará cada vez mais comum é o monitoramento remoto. Assim como as videoconferências, é uma tecnologia que dependerá de outra. Neste caso específico, estamos falando dos dispositivos ou acessórios inteligentes que podem ser utilizados no corpo e que transmitem informações sobre como nos sentimos.

Smartwatches são um exemplo e futuramente conseguirão capturar dados importantes, como a nossa pressão, os batimentos, o nível de oxigenação do sangue, etc. Informações que são enviadas automaticamente para os registros dos profissionais de saúde.

Pense em como isso ajudará a salvar vidas: pacientes com doenças crônicas ou que precisam de acompanhamento durante um período serão constantemente acompanhados. Pessoas com diabetes, por exemplo, poderão, através de um senso subcutâneo, saber se seu nível de glicose está alto ou não.

Prontuário eletrônico

Essa é uma ferramenta que já está disponível em alguns aplicativos para médicos. No entanto, é provável que conforme os anos, eles se tornem um padrão. O prontuário eletrônico oferece muitas facilidades para o dia a dia do médico. Em um só lugar, ele tem o histórico do paciente, medicamentos e procedimentos.

Nada de ter centenas de papéis com informações desencontradas, apenas colocando o nome ou número de registro do indivíduo, o médico tem a sua disposição todas as informações necessárias para realizar o seu trabalho.

software médico

Os benefícios da telemedicina para os pacientes

Já entendemos nos tópicos anteriores que a telemedicina é um passo muito importante para as atividades do médico, porém, ela pode ser muito benéfica para o outro lado: os pacientes. Neste tópico, resolvemos apresentar alguns dos principais benefícios da telemedicina para as pessoas. Vamos lá?

Aumenta a acessibilidade

É evidente a alta capacidade de alcance da telemedicina, principalmente, pelo uso de tecnologias que usam a internet. Esse fator não torna só o trabalho do médico mais dinâmico, também permite que outras pessoas tenham acesso ao atendimento.

Pacientes que não moram em regiões centrais, que estão isolados ou que têm dificuldades de saírem de casa até por questões médicas podem ser atendidos. Logo, um dos principais benefícios da telemedicina é proporcionar oportunidade de cuidado a essas pessoas.

Atendimento mais acertado

A capacidade de capturar e monitorar dados fornecidos pela IA não é só vantajosa para melhorar o desempenho do profissional de saúde. Ela é uma grande aliada para que o atendimento seja mais acertado.

Isto porque, a possibilidade de apresentar diagnósticos corretos é maior, além disso, é possível agilizar o atendimento de casos graves. Afinal, a própria ferramenta faz a leitura e triagem do histórico dos pacientes, facilitando o trabalho do médico e garantindo maior segurança de dados.

Melhor comunicação

A possibilidade de entrar em contato com o médico de qualquer lugar é um ponto-chave quando se trata de comunicação. Mais do que isso, um paciente pode tirar dúvidas a respeito de alguma medicação, ou reação que teve por causa de algum medicamento em minutos.

Essa rapidez e disponibilidade não poderia acontecer por meios tradicionais. A telemedicina consegue trazer essa comunicação mais ampla, de forma que as questões de saúde são respondidas sem a necessidade que o paciente se desloque.

Processos mais ágeis

Por fim, podemos destacar como a telemedicina proporciona mais agilidade em diversos processos médicos. Laudos, agenda médica, marcação de consultas presenciais, exames, são só alguns exemplos de atividades que sofrem um grande impacto com a tecnologia.

Todos esses documentos podem ser acessados pelos pacientes sem a necessidade de ter que ir até o consultório para pegá-los. De sua casa, ele tem acesso ao seu exame de sangue e imprime se achar necessário, por exemplo. Além disso, nada de esperar muitas semanas para saber os resultados, os prazos também sofrem uma significativa mudança sendo muito mais curtos.

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As principais oportunidades da área

De fato, a telemedicina é uma representante do futuro da medicina, a maneira de atender, de realizar procedimentos e até administrar processos médicos serão transformados à medida que a adotamos mais e mais.

As oportunidades para o setor, principalmente, profissionais da área são muitas. Eles agora não estão presos a sua localidade e podem atender de qualquer lugar. Além disso, poderão otimizar seu trabalho e tornar a sua capacidade de avaliação muito mais acertado.

Ao longo deste texto, falamos sobre o futuro da telemedicina e como ela é um ponto de virada na forma de atendimento na área da saúde. Ela representa uma tardia junção entre os processos tecnológicos e a medicina e como isso traz grandes benefícios para diversos aspectos da profissão. Desde uma maior capacidade de atendimento, até oferecer mais agilidade e praticidade para os pacientes.

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André Luiz Forchesatto

André Luiz Forchesatto

Ajudo a facilitar a rotina de nossos clientes, gerenciando o time que trabalha constantemente para simplificar a gestão de clínicas, consultórios e centros médicos pelo Brasil.
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