A contabilidade para médicos é um tópico que envolve processos burocráticos e da área financeira desses profissionais. Com uma contabilidade adequada, é possível evitar problemas com a Receita Federal, diminuir gastos desnecessários com impostos e ainda manter a empresa regularizada.
Vale ressaltar que a contabilidade para médicos é um dos pontos essenciais para que o profissional tenha pleno controle sobre seus rendimentos. Veremos, ao longo deste artigo, diversas informações importantes sobre o tema, para que seja possível realizar o processo sem complicações.
O que é a contabilidade para médicos?
Ao desenvolver uma clínica, a contabilidade para médicos é um fator que contribui com a saúde financeira da organização. Isso porque será necessário definir o modelo de negócio e arcar com as obrigações tributárias requeridas.
O controle financeiro é ainda mais importante conforme a empresa cresce. Isso ocorre porque sem uma contabilidade para médicos adequada, a clínica ou consultório pode ter dificuldades para identificar e corrigir prejuízos.
Com uma contabilidade adequada, é possível diminuir gastos com tributações desnecessárias e acompanhar a performance financeira da empresa. Consequentemente, a contabilidade para médicos têm um grande impacto sobre o crescimento financeiro de uma clínica.
Benefícios e importância da contabilidade para médicos
Veja alguns benefícios que a contabilidade para médicos pode trazer para clínicas, consultórios e outros ambientes ligados a área da saúde:
- Escolha do tipo de empresa mais adequada;
- Planejamento tributário a longo prazo e organizado;
- Cumprimento de obrigações fiscais;
- Melhor cálculo da folha de pagamento dos funcionários;
- Maior visão financeira de gastos, tributos, taxas e lucros;
- Melhora na gestão financeira, com diminuição de gastos.
Resumidamente, a contabilidade para médico ajuda os profissionais a utilizarem melhor os recursos que possuem, promovendo maiores lucros para o empreendimento.
CLT, PJ ou autônomo: qual a melhor opção para os médicos?
O primeiro ponto a se considerar ao iniciar a contabilidade é o modelo de atuação. Existem as opções de CLT, PJ e autônomo, cada uma com as condições trazidas abaixo:
Pessoa Jurídica
A modalidade PJ é permite maior autonomia, flexibilidade de horários e possibilidade de ganhos maiores, mas requer cuidados com questões tributárias e previdenciárias. Os tributos envolvidos aqui são:
- DAS, sobre o faturamento total da empresa Simples Nacional, que é 6% sobre o faturamento;
- o INSS, que é de 11%;
- IRPF, que varia conforme a tabela IRPF, de 0 a 27,5%.
Autônomo
Ser autônomo proporciona independência e liberdade, mas também envolve maior responsabilidade financeira e administrativa. Em termos tributários, são as mesmas cobranças de IRPF e INSS, a diferença é que o profissional não arca com o pagamento do DAS. Neste caso, o contratante descontará a tributação no momento da emissão do recibo de profissional autônomo.
CLT
O regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), envolve os direitos e deveres de empregados e empregadores, com regras na relação de vínculo empregatício. A CLT oferece estabilidade, benefícios e segurança, mas pode limitar a flexibilidade e os ganhos do médico, visto que, neste modelo, ele é funcionário de uma instituição.
No regime CLT, por sua vez, os tributos são:
- INSS (que pode chegar a 20% do salário);
- RAT (Risco Ambiental de trabalho (Varia de 1% a 3%);
- FGTS (8% do salário médico).
É válido também ressaltar que, caso o profissional tenha o desejo de abrir uma clínica médica, não é possível atuar como autônomo nem CLT. Sendo assim, a atuação de trabalho mais vantajosa para o profissional de saúde, quanto aos tributos, é a de autônomo. Por outro lado, o regime PJ é o mais atrativo quanto o intuito é abrir uma clínica e contar com contabilidade para clínica médica.
Como funciona PJ para médicos?
Vamos trazer de forma mais ampla como funciona e como deve ser organizado o regime de Pessoa Jurídica (PJ) para o médico. Antes de mais nada, é importante compreender que o PJ é uma opção adotada por muitos médicos para exercer sua atividade profissional de forma autônoma.
A seguir, veja um passo a passo deste processo e entenda melhor como você pode se organizar para ser PJ:
Constituição da empresa
O médico precisa abrir uma empresa, geralmente na forma de Sociedade Limitada (Ltda.), registrada na Junta Comercial. Isso envolve o preenchimento de documentos, obtenção do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e registro nos órgãos competentes.
Contratos de prestação de serviços
Com a empresa criada, o médico firma contratos de prestação de serviços com clínicas, hospitais, convênios médicos ou outros clientes. Esses contratos definem os termos de parceria, remuneração, carga horária, entre outros aspectos.
Emissão de notas fiscais
O médico PJ deve emitir notas fiscais de prestação de serviços para cada serviço realizado, de acordo com as obrigações fiscais e tributárias protegidas pela legislação. É importante seguir as regras específicas de cada município e estado.
Recolhimento de impostos e encargos
Como PJ, o médico tem a responsabilidade de pagar os impostos e encargos relacionados à atividade da empresa, como Imposto de Renda (IRPJ e CSLL), PIS, COFINS, ISS, Contribuição Previdenciária, entre outros. É necessário manter a contabilidade em dia e cumprir as obrigações fiscais protegidas.
Planejamento financeiro e gestão
O médico é responsável por fazer o planejamento financeiro do seu negócio, controlando receitas, despesas, investimentos e reservas para pagamentos de tributos e encargos. É fundamental ter uma boa gestão financeira, organizar os registros contábeis e cumprir as obrigações legais.
Quais tipos de empresa os médicos podem abrir?
Pensando na abertura de uma empresa, é possível considerar alguns modelos com menor tributação e que atendam à necessidade da organização:
- ME (Microempresa), se o faturamento for de até R$360 mil por ano
- EPP (Empresa de pequeno porte), com faturamento anual de R$4,8 milhões por ano
- Empresa de médio porte: permite a contratação de até 99 colaboradores, sem restrições de faturamento.
Qual a melhor forma de tributação para os médicos?
É possível optar pelo Simples Nacional ou Lucro Presumido na hora da escolha do regime tributário. O Simples Nacional é voltado para micro e pequenas empresas, que possuam faturamento anual de até R$4,8 milhões.
Essa modalidade é permitida aos médicos conforme a Lei Complementar n°155, e a tributação varia de 17% a 22,5%. É um regime mais simples e com menos exigências fiscais.
O Lucro Presumido é um regime que cobra impostos conforme a margem de lucro estabelecida por lei. Nesse caso, o valor da taxa de tributação sobre o rendimento bruto chega a 32% e é direcionado para organizações com faturamento anual de até R$78 milhões.
Opções de naturezas jurídicas para médicos
Também é importante considerar a natureza jurídica no momento de abrir a empresa. Para médicos, não é possível abrir uma Empresa Individual (EI), e as opções existentes são:
- EIRELI — Empresário Individual de Responsabilidade Limitada;
- SLU — Sociedade Unipessoal Limitada;
- Uma Sociedade de Médicos e Profissionais de Saúde.
Tipos de sociedades médicas mais comuns
Existem diferentes tipos de sociedades médicas que os profissionais da área podem formar para fins de associação, parcerias e compartilhamento de responsabilidades. Aqui estão alguns exemplos dos tipos mais comuns de sociedades médicas:
Sociedade Simples
É uma forma de associação em que os médicos se unem para exercer a profissão em conjunto, compartilhando os custos, responsabilidades e lucros. Geralmente, cada sócio é responsável de forma solidária pelas obrigações da sociedade.
Sociedade Limitada
Nesse modelo, os médicos também se associam, mas com uma estrutura mais formalizada. A sociedade é satisfeita por cotas, e os sócios têm responsabilidade limitada ao valor de suas cotas, não respondendo pessoalmente por dívidas ou obrigações além disso.
Cooperativa Médica
É uma forma de associação em que os médicos se organizam para prestar serviços aos cooperados, como atendimento de planos de saúde ou serviços médicos em geral. Os profissionais agiram para a cooperativa e, em associação, têm acesso a benefícios e oportunidades de trabalho.
Associação Médica
Trata-se de uma forma de organização em que os médicos se reúnem com o objetivo de promover o desenvolvimento profissional, trocar experiências, realizar eventos científicos e defender os interesses da classe médica.
É importante ressaltar que a formação de sociedades médicas pode variar de acordo com as legislações e regulamentações específicas de cada país ou região. É recomendado buscar orientação jurídica ou psicológica para entender as opções disponíveis e escolher o modelo mais adequado aos objetivos e necessidades dos médicos envolvidos.
Quanto de imposto paga um médico?
Como já foi mencionado, a quantidade de impostos que um médico paga pode variar dependendo do seu regime de trabalho e do seu rendimento.
Vamos trazer uma visão geral dos principais impostos envolvidos, mas, cabe lembrar, os valores podem sofrer diferenças ao longo do tempo e é sempre bom consultar um profissional especializado para uma análise mais precisa.
Quando o médico atua como pessoa jurídica (PJ) ou autônomo, ele precisa ficar atento aos seguintes impostos:
Imposto de Renda (IR)
O médico é obrigado a declarar seus rendimentos e pagar imposto de acordo com a tabela progressiva do IR, que possui diferentes faixas de alíquota conforme a renda.
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
É um imposto pago pelas empresas, inclusive por profissionais que comem como PJ. A alíquota varia de acordo com o tipo de atividade e regime tributário escolhido.
PIS e COFINS
O Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) são impostos incidentes sobre o faturamento ou o lucro da empresa, dependendo do regime tributário adotado.
Imposto sobre Serviços (ISS)
É um imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços, como consultas médicas. A alíquota varia de acordo com a cidade e é recolhido pelo médico quando atua como autônomo.
Contribuição Previdenciária
O médico, tanto CLT quanto PJ ou autônomo, deve contribuir para a Previdência Social. As alíquotas podem variar de acordo com o regime de trabalho e o valor do salário.
Vale ressaltar que existem outras obrigações tributárias, como o recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), quando há distribuição de produtos, e contribuição sindical, entre outros.
Como pagar menos imposto de forma legal sendo médico?
Existem algumas estratégias legais que os médicos podem adotar para pagar menos impostos. Vale ressaltar que é essencial consultar um contador ou especialista para avaliar uma situação específica de cada profissional. Aqui estão algumas opções:
Planejamento tributário
É importante escolher o regime tributário mais adequado para sua situação, como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada regime possui suas particularidades e alíquotas, e é fundamental avaliar qual se encaixa melhor no seu perfil de rendimentos e despesas.
Despesas dedutíveis
Esteja atento às despesas que podem ser deduzidas, como gastos com materiais médicos, aluguel de assistência, cursos de atualização, entre outros. Mantenha registros precisos e guarde os comprovantes para garantir a legalidade dessas deduções.
Previdência privada
Contribuir para um plano de previdência privada pode ser uma opção interessante. Além de garantir um futuro financeiro mais estável, algumas modalidades permitem dedução fiscal do Imposto de Renda.
Planejamento familiar
Se o marido, esposa ou filhos trabalham na área da saúde, é possível criar uma empresa familiar, permitindo a divisão de rendimentos e distribuição de lucros entre os membros, aproveitando alíquotas menores.
Profissionalização da gestão
Ao optar por atuar como pessoa jurídica, é essencial ter uma gestão financeira e contábil eficiente. Manter as finanças organizadas, separando as despesas pessoais das profissionais, pode ajudar a evitar problemas e otimizar a apuração dos impostos.
Como fazer a contabilidade de um médico?
Contar com o auxílio de um contador especialista é muito importante no momento da abertura da empresa. Seguidamente, é fundamental manter controle sobre os indicadores financeiros, e realizar uma gestão firme da contabilidade da empresa.
Confira abaixo algumas dicas para a contabilidade para médicos e leia também o texto Gestão em saúde: guia completo para ter sucesso na clínica!
Faça o registro de fluxo de caixa
Fazer relatórios acerca do fluxo de caixa permite uma maior visão sobre o faturamento na contabilidade para médicos. Por isso, é muito importante registrar a entrada e saída de todos os recursos financeiros.
Separe as finanças pessoais e profissionais
Misturar finanças pessoais e profissionais pode ser muito prejudicial para a saúde financeira da empresa. Isso porque torna-se mais difícil identificar precisamente os gastos e lucros da organização e os seus.
Desta maneira, evite ao máximo misturar valores e gastos de pessoa física, da jurídica, mesmo para garantir que as despesas da empresa sejam medidas com precisão.
Saiba quais são os tributos obrigatórios
Conforme listamos, esteja atento também aos encargos fiscais de sua empresa. As taxas variam conforme o porte e o regime tributário, então é sempre importante acompanhar os impostos obrigatórios e arcar com os valores.
IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física)
Ao transferir valores da organização para a PF, é fundamental lembrar-se do imposto de renda. Este é um dos motivos mais importantes para separar as finanças pessoais das da empresa.
A contabilidade médica envolve o pagamento das despesas com o IRPF conforme a renda do profissional. Vale consultar a tabela e registrar esse custo. Como você notou, a contabilidade para médicos envolve diversas taxas, todas com altíssima importância.
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