Quanto o psicólogo deve cobrar por suas sessões é uma dúvida de muitos profissionais e que pode acarretar perda de pacientes, caso você cobre mais do que o público-alvo do consultório pode pagar, ou gerar problemas financeiros para a clínica, caso você cobre menos do que o consultório necessita para se sustentar e evoluir.
Por tudo isso, a determinação de quanto um psicólogo pode cobrar por consulta é uma questão complexa e que acaba envolvendo uma série de critérios como público-alvo, local de atendimento (cidade, bairro, etc.), a experiência no mercado e até mesmo o ambiente socioeconômico do país.
São tantas variáveis a serem avaliadas que elaboramos um texto com dicas para ajudar você a entender melhor como ter uma visão mais ampla sobre o assunto e, assim, poder definir qual o valor de cada sessão de terapia. Acompanhe!
Dicas para determinar quanto cobrar por sessão na clínica de psicologia
A primeira coisa que precisa ser dita sobre a definição de valores a serem cobrados, é que todo psicólogo tem a possibilidade de se pautar através da tabela de honorários do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e, assim, através desta ferramenta, ter uma base de como precificar seu trabalho.
Mesmo assim, preparamos algumas dicas para que você possa estabelecer uma direção mais assertiva sobre quanto o psicólogo deve cobrar:
Determine o valor que você quer receber como salário
Saber quanto você pretende ganhar por mês, dentro de uma perspectiva realista e sensata, obviamente, é um dos pontos mais importantes para delimitar quanto o psicólogo deve cobrar.
Por isso, vamos fazer algumas contas para chegar a um número que possa pagar suas dívidas mensais na clínica ou consultório e gerar uma receita líquida interessante para cobrir seus gastos pessoais.
Coloque no papel todos os custos que você tem com a clínica ou consultório no mês: aluguel, contas de água, luz, internet, limpeza do consultório, materiais para o escritório, impostos, etc.
Por exemplo, faça uma conta assim:
Custos para manutenção do consultório: R$ 5.000
Sua pretensão salarial: R$ 6.000
Valor para deixar em caixa (para novos investimentos ou imprevistos): R$ 1.500
Aí você soma os dois e terá R$ 12.500 (ou seja, isso é o que precisa entrar mensalmente).
Agora faça o seguinte cálculo: divida o valor total (R$ 12.500) pelo número de sessões que você faz ou consegue atender todos os meses. O resultado disso será o valor que você deve cobrar por cada sessão. Por exemplo, se você conseguir atender 80 sessões por mês, o cálculo será esse:
R$ 12.500/80 = R$ 156,25 (que pode ser arredondado para R$ 160,00).
Ou seja, se você fizer 80 sessões por mês, que dá uma média de 4 atendimentos por dia, de segunda até sexta, você pode cobrar R$ 160,00 por sessão e, assim, conseguirá cobrir seus gastos, guardar algum dinheiro para imprevistos e ter seu lucro líquido estimado.
Análise da concorrência
Dê uma olhada no que outros psicólogos em sua região estão cobrando. Isso vai te ajudar a ter uma ideia do preço médio praticado e colaborar para que você não fique fora da realidade do mercado.
Avalie sua formação e experiência
Quanto mais qualificações você tiver, como pós-graduações, especializações e tempo de experiência, mais valor poderá agregar aos seus serviços. Isso pode justificar um preço um pouco mais alto relativo a quanto o psicólogo deve cobrar.
Calcule o tempo dedicado a cada paciente
Não pense só no tempo da sessão em si, mas também no tempo que você gasta preparando-se para ela, fazendo anotações e até mesmo em seu deslocamento até o local de trabalho, se for o caso. Esse tempo também faz parte do seu trabalho e deve ser levado em conta.
Pense no seu público-alvo
É importante que você considere o perfil socioeconômico de seus pacientes. Cobrar um valor que esteja dentro da capacidade financeira das pessoas é essencial para que sua clínica tenha movimentação e para que os pacientes retornem e continuem buscando ajuda.
Reajuste os preços periodicamente
Um reajuste anual para psicólogo é uma prática comum e depende de questões ligadas à economia do país, do estado, da região onde trabalha, etc. A inflação, por exemplo, e o próprio crescimento ou valorização de sua carreira, podem exigir ajustes nos preços ao longo do tempo. Não tenha medo de rever isso.
Mantenha um equilíbrio entre ética e sustentabilidade
Este é um outro ponto complexo e que merece reflexão. Cobrar um valor alto quando você já tem renome no mercado, é válido, mas não se esqueça da ética profissional e da sua missão como psicólogo. Evite preços muito elevados e que possam excluir pessoas que realmente precisam de terapia.
Avalie quantas sessões você vai fazer por mês
Calcule quantas sessões você consegue atender de forma sustentável, sem esgotar suas energias. Tem que ser um número que permita trabalhar bem, sem comprometer a qualidade do atendimento.
Lembre-se de deixar um tempo para você mesmo, para estudar, se atualizar e descansar. Não adianta ligar o “turbo” e se desgastar física e mentalmente ou entrar no automático, pois a qualidade do seu atendimento vai cair!
Ofereça pacotes ou descontos
Uma outra opção legal para quem não pode gastar demais, mas deseja ter um tratamento a longo prazo, é oferecer um bom desconto. Assim, para pacientes que desejam se comprometer com um tratamento mais longo, você pode considerar oferecer pacotes de sessões com descontos. Isso pode ser vantajoso tanto para eles quanto para você, garantindo uma renda mais estável.
Análise constante
Por fim, mantenha-se em constante análise sobre a evolução do seu consultório e a satisfação dos pacientes. Se perceber que está se sobrecarregando, talvez seja hora de aumentar um pouco seus preços, pois isso vai selecionar um grupo de pessoas que tem condição de pagar um pouco mais e aliviar sua carga de trabalho.
Agora, se você perceber que muitos pacientes estão desistindo ou que você não está conseguindo trazer muitas pessoas para a clínica ou consultório, talvez seja necessário rever os valores e diminuir o que é cobrado.
De uma forma ou de outra, lembre-se de que encontrar o equilíbrio certo pode levar um tempo e que está tudo bem fazer ajustes ao longo do caminho. Seu trabalho como psicólogo ou psicóloga é sério, e encontrar o preço certo é uma parte importante desta jornada.
Como você deve proceder diante de pessoas que não conseguem pagar o valor cheio da sessão
Quanto o psicólogo deve cobrar diante de pacientes que desejam muito fazer terapia, mas não podem pagar o valor almejado por sessão? Bem, nesse cenário complexo, é importante ter muita sensibilidade e analisar cada caso separadamente. Veja abaixo algumas dicas sobre como proceder, sempre de forma ética e profissional:
Ouça com empatia
Quando um paciente expressa dificuldades financeiras, ouça atentamente suas preocupações e demonstre empatia. Mostre que você compreende a situação e que está disposto a encontrar uma solução que funcione para ambos.
Ofereça opções de pagamento flexíveis
Em vez de se ater rigidamente ao valor previsto, proponha opções de pagamento mais flexíveis. Isso pode incluir a redução da mensalidade para um valor que o paciente possa pagar, oferecendo sessões mais curtas ou menos frequentes, ou até mesmo estabelecendo um sistema de pagamento escalonado, de acordo com a renda do paciente.
Explore recursos de assistência
Oriente o paciente a procurar recursos de assistência financeira ou programas de saúde mental subsidiados e disponíveis na comunidade. Algumas organizações oferecem apoio financeiro para terapia psicológica.
Ofereça sessões de baixo custo
Reservar um número limitado de vagas para pacientes que não podem pagar, pode ser uma forma de contribuir para a comunidade e garantir que todos tenham acesso à ajuda quando necessário.
Avalie a duração do tratamento
Muitas vezes, com uma abordagem focada e estratégica, é possível atingir resultados positivos em menos sessões, o que pode reduzir os custos para o paciente.
Esteja aberto ao diálogo contínuo
O processo de negociação pode ser contínuo. À medida que a situação financeira do paciente melhora ou muda, reavalie as opções de pagamento e ajustes conforme for necessário.
Consulte as diretrizes éticas da profissão
Certifique-se de que suas práticas estejam em conformidade com o código de ética de sua organização profissional e com as regulamentações locais relacionadas aos pagamentos e à prática profissional.
Lidar com pacientes que enfrentam desafios financeiros, exige sensibilidade e flexibilidade. O objetivo é proporcionar um cuidado de qualidade e, ao mesmo tempo, adequar-se à realidade financeira do paciente.
Cada situação é única, portanto, a chave é a comunicação aberta e a busca por soluções que atendam tanto suas necessidades quanto às necessidades de seus pacientes.
Conte com o auxílio da tecnologia
Agora que você já tem algumas dicas interessantes sobre como cobrar a psicoterapia, fica aqui uma outra dica muito importante sobre como administrar o seu negócio.
Independentemente de você ter um consultório pequeno ou grande, é preciso ter praticidade, dinamismo, segurança e atualizar-se constantemente com as melhores tecnologias do mercado.
Por isso, conheça o Clínica nas Nuvens, software para psicólogos que pode fazer a gestão completa da sua clínica ou consultório, agilizando tarefas através da agenda médica online, do prontuário eletrônico, da telemedicina, controle financeiro e muito mais. Peça já uma demonstração gratuita do software para psicólogos Clínica nas Nuvens.