O marketing de influência para clínicas vem ganhando cada vez mais destaque como uma estratégia para atrair novos pacientes, fortalecer a autoridade da marca e se conectar com o público de maneira mais próxima e humanizada.
Como as redes sociais são parte da rotina de praticamente todo mundo, contar com a recomendação de uma figura de confiança pode ser um diferencial enorme para clínicas médicas, odontológicas, de estética e outras especialidades da saúde.
Mas, ao contrário de outros segmentos, o marketing de influência na área da saúde exige cuidados redobrados. Questões éticas, regulamentações e o tipo de linguagem utilizada são determinantes para o sucesso (ou fracasso) da ação.
Veja neste texto, como escolher os perfis ideais para marketing de influência na sua clínica, o que observar nas regras do CFM, como acompanhar os dados das campanhas e muito mais.
O que é marketing de influência?
Marketing de influência é uma estratégia em que marcas utilizam pessoas com grande alcance nas redes sociais, os influenciadores, para divulgar seus produtos ou serviços. Essas pessoas já possuem a confiança de um público específico e, por isso, podem ser uma ponte mais efetiva do que um anúncio tradicional.
Esse tipo de marketing para clínicas, pode ajudar a desmistificar tratamentos, reforçar a credibilidade dos profissionais de saúde e atrair pacientes que talvez nunca descobrissem seus serviços por outros meios.

Como escolher influenciadores para sua clínica
Um dos maiores erros ao usar marketing de influência para clínica é se deixar levar apenas pelo número de seguidores. Mais importante do que isso é entender se o influenciador:
- Tem valores alinhados com a sua clínica;
- Fala com um público que pode se interessar pelos seus serviços;
- Tem uma boa taxa de engajamento (comentários, curtidas reais, interação com os seguidores);
- É coerente e cuidadoso na forma de comunicar temas relacionados à saúde.
Por exemplo, se sua clínica é focada em medicina preventiva, pode ser interessante montar um plano estratégico com de influenciadores ligados ao estilo de vida saudável. Se for uma clínica de dermatologia, perfis de beleza e cuidados com a pele podem fazer mais sentido.
Muitas vezes, microinfluenciadores (perfis com 10 a 50 mil seguidores) geram melhores resultados do que grandes nomes, justamente por manterem uma conexão mais próxima com o público.
Como fazer campanhas de influência para clínicas
Depois de selecionar os influenciadores da área da saúde ideais, é hora de planejar as campanhas. Aqui vão os principais passos:
1. Defina objetivos
Você quer atrair pacientes? Aumentar o reconhecimento da sua clínica na região? Promover um novo serviço? Ter clareza do objetivo ajuda a definir o tom da campanha e os indicadores que serão analisados depois.
2. Estabeleça um briefing detalhado
É importante orientar o influenciador sobre o que pode e o que não pode ser dito, quais mensagens-chave devem estar presentes e qual o formato do conteúdo (story, vídeo, carrossel, live, etc.). O briefing também deve trazer as limitações éticas da área da saúde.
3. Combine entregas e contrapartidas
Pode ser por permuta ou por pagamento em dinheiro. O importante é formalizar tudo por escrito, definindo entregas (quantos posts, em quais datas, quais redes), formas de mensuração de resultados e possíveis cláusulas de exclusividade.
4. Aposte na naturalidade
Conteúdos muito roteirizados ou publicitários demais tendem a afastar o público. O ideal é que o influenciador fale com autenticidade, compartilhando a própria experiência com o serviço da clínica, desde o agendamento até o pós-atendimento.
Regras e regulamentações para marketing de influência em saúde
Ficar por dentro das regulamentações para marketing de influência em saúde é um dos pontos mais importantes. Diferentemente de segmentos como moda ou gastronomia, a área da saúde é regulada por conselhos profissionais que impõem regras rígidas sobre publicidade e divulgação de serviços.
Para clínicas, por exemplo, é essencial seguir as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), especialmente a Resolução CFM nº 2.336/2023, que estabelece, entre outras coisas:
O que é proibido:
- Depoimentos de pacientes ou influenciadores sobre resultados de tratamentos médicos.
- Promessas de resultados ou indução à cura.
- Antes e depois, mesmo com autorização do paciente.
- Usar médicos como celebridades ou influencers, principalmente com foco comercial.
- Divulgação de valores de consultas, pacotes ou procedimentos.
- Uso de linguagem sensacionalista ou autoengrandecimento.
O que pode:
- Divulgação de informações educativas e informativas, sem cunho promocional exagerado.
- Postagens que promovam campanhas de saúde pública, prevenção e orientação médica.
- Indicação dos serviços oferecidos pela clínica, desde que feita com sobriedade.
- Participação de influenciadores que falem sobre a experiência geral com o atendimento (sem prometer cura ou resultado).
Código de Defesa do Consumidor e Publicidade
Além do CFM, o marketing de influência para clínica também precisa estar em conformidade com:
- Publicidade deve ser identificada: o influenciador precisa deixar claro que se trata de um conteúdo patrocinado (ex: #publi, #parceria, ou aviso claro).
- Proibição de propaganda enganosa ou abusiva.
- Influenciadores devem ter responsabilidade sobre o que divulgam, especialmente em saúde.
Responsabilidade compartilhada
Se uma clínica contrata um influenciador que infringe as normas do CFM ou o Código de Defesa do Consumidor:
- A clínica também pode ser responsabilizada.
- Médicos podem sofrer processos éticos e sanções, incluindo advertência ou suspensão do CRM.
Boas práticas para fazer marketing de influência legal
- Contrate influenciadores com perfil informativo ou voltado à saúde, de preferência.
- Forneça briefings claros, proibindo menções a resultados, “milagres”, antes e depois, entre outros.
- Oriente o influenciador a não se posicionar como paciente satisfeito ou relatar tratamento específico.
- Use influenciadores para promover estrutura, atendimento humanizado, equipe multidisciplinar, e não o procedimento em si.
- Deixe os conteúdos com foco em educação em saúde, confiança, acolhimento, e não em “vendas”.

Como acompanhar os dados e resultados das campanhas
Medir os resultados de ações com influenciadores na saúde é essencial para entender o que funcionou e ajustar estratégias futuras.
Para isso, vale acompanhar métricas como o aumento nos agendamentos, o engajamento dos conteúdos publicados, os cliques em links personalizados, o tráfego para o site ou perfil da clínica e as interações dos seguidores nos comentários e mensagens.
As ferramentas de marketing como Google Analytics, Instagram Insights e até relatórios compartilhados pelos próprios influenciadores são grandes aliadas nesse processo de acompanhamento e análise de desempenho.
Para não errar
Seja transparente: sempre que houver parceria, o conteúdo deve estar identificado como publicidade ou com hashtags como #publi ou #parceria.
Capacite o time interno: recepcionistas e atendentes devem estar preparados para lidar com o aumento de demanda após uma campanha de influência.
Mantenha coerência de imagem: se o influenciador apresenta sua clínica como moderna e tecnológica, seu atendimento precisa reforçar essa experiência.
Aposte no longo prazo: relacionamentos contínuos com influenciadores tendem a gerar mais confiança do público do que ações pontuais.
A aplicação consciente gera bons resultados
O marketing de influência para clínicas pode ser uma ótima estratégia quando bem planejado e executado com responsabilidade. Ele aproxima a clínica do público de forma mais humana, cria conexões verdadeiras e amplia o alcance da sua marca.
Mas lembre-se, é fundamental respeitar as regulamentações específicas da área da saúde, garantir que a mensagem transmitida esteja alinhada com os valores da clínica e, principalmente, mensurar os resultados para melhorar a cada nova campanha.
Quer transformar sua presença digital e atrair mais pacientes com segurança? Invista em marketing de influência de forma ética, estratégica e inteligente, sua clínica (e seus futuros pacientes) agradecem.
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