O descarte de resíduos nas clínicas e nos consultórios deve seguir os protocolos de biossegurança previstos em lei. Quem cuida da administração deve estruturar um planejamento detalhado, orientando a equipe para que todos os itens tenham a destinação correta.
Para ajudar a organizar o descarte de resíduos de maneira responsável, confira as 4 dicas a seguir!
1. Compreenda a importância da biossegurança
O primeiro passo para aprender a fazer o descarte de resíduos da maneira correta é entender os motivos pelos quais isso é importante. Cuidando do descarte de resíduos, é possível prevenir:
- a poluição do meio ambiente;
- os riscos à saúde e à segurança de funcionários e pacientes;
- a aplicação de multas e autuações sanitárias.
2. Conheça a classificação dos resíduos
Combinando normas de vigilância sanitária e ambientais, o lixo produzido na área da saúde é dividido em cinco categorias detalhadas a seguir.
Grupo A
Resíduos de maior risco de infecções, que podem conter agentes biológicos, como fungos, bactérias e vírus. Nesse grupo, se enquadram todos os resíduos com fluidos orgânicos, como saliva, urina, sangue, fezes, pedaços de pele etc.
Grupo B
É o grupo dos resíduos químicos, que têm potencial de risco à saúde ou ao meio ambiente. Incluem qualquer produto químico, mesmo que não seja explosivo, corrosivo ou tóxico. Bons exemplos são reagentes usados em laboratórios, produtos de limpeza em geral e restos de medicamentos.
Grupo C
No grupo C, estão os materiais radioativos que precisam de descarte. Normalmente, são itens usados em medicina nuclear e em radioterapia.
Grupo D
É o grupo do chamado “lixo comum”. Assim, entram aqui os resíduos que são inofensivos para as pessoas, sem risco químico, biológico ou radioativo. Como exemplos, podemos citar os materiais de escritório, os restos de comida e os copos descartáveis.
Grupo E
O grupo E abrange tudo aquilo que pode machucar a pele ao ser manuseado. São os itens perfurocortantes, que, além do potencial de risco biológico, também podem causar acidentes durante o processo de descarte. Nas clínicas e consultórios, é comum utilizá-los: são lâminas, agulhas, ampolas de vidro partidas, bisturis, dentre outros.
3. Elabore a documentação técnica
É muito importante que a clínica elabore um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Esse documento é elaborado com assessoria técnica de especialistas em biossegurança, que permitirão o cumprimento das diretrizes de acordo com a realidade da clínica ou do consultório.
Além das normas gerais da Anvisa, do CONAMA e da ABNT, também é necessário estar em dia com a legislação municipal. Por isso, é importante investir na criação de um plano personalizado.
4. Preste atenção na embalagem
Os grupos de resíduos servem tanto para separar os itens quanto para fazer a embalagem correta antes do descarte. Cada categoria tem suas especificações técnicas:
- grupo A: sacos plásticos em cor diferente do lixo comum (normalmente vermelho ou branco), ressaltando que pode ser necessário um tratamento prévio na própria clínica antes do descarte;
- grupo B: recipientes sólidos, que devem ser descartados cheios, evitando misturar resíduos que reajam entre si;
- grupo C: recipientes apropriados com proteção à radioatividade e informação chamativa sobre o conteúdo, respeitando as regras estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
- grupo D: separação entre recicláveis e não recicláveis, com lixeiras apropriadas para cada tipo, com indicação em todos os casos de que se trata de descarte de “resíduo comum”;
- grupo E: recipientes rígidos, com tampa e resistentes a possíveis furos, rupturas ou vazamentos, identificados com símbolo de risco biológico e utilizados somente até dois terços da capacidade total.
O descarte de resíduos deve ser uma preocupação da clínica e do consultório. Cuidar para que sejam cumpridas as normas técnicas é essencial. O gestor deve organizar a destinação dos resíduos, além de investir em treinamento de todos para evitar acidentes e o descarte incorreto de materiais.
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