Como fazer a precificação na odontologia

Como fazer a precificação na odontologia

A precificação na odontologia vai muito além de “cobrar o que o mercado cobra”. É uma decisão estratégica que precisa equilibrar custos, percepção de valor, diferenciais da clínica e, claro, a sustentabilidade financeira do consultório. 

Se você é dentista ou gestor de clínica e sente dúvidas na hora de definir os preços dos procedimentos, este conteúdo é para você. Vamos explorar os principais fatores que influenciam a precificação odontológica, trazer respostas diretas às dúvidas mais comuns e, no fim, te ajudar a sair do achismo. 

Por que a precificação é um desafio para dentistas? 

Porque, na maioria das vezes, a formação odontológica não inclui gestão financeira. O profissional se forma com excelência técnica, mas precisa aprender na prática como tornar seu serviço viável e lucrativo. 

Além disso, o mercado é altamente competitivo, os custos aumentam constantemente e, em alguns casos, o paciente não consegue entender o valor por trás de cada procedimento, o que dificulta a aceitação do preço. 

Por isso, precificar bem não é só uma questão de números, mas também de posicionamento e clareza sobre o valor entregue. 

software médico

O que considerar ao formar o preço de um procedimento odontológico? 

Aqui vão os principais pontos: 

1. Custos fixos e variáveis 

Inclua aluguel, energia, salários, materiais, equipamentos, esterilização, descartáveis e tudo mais que está embutido no dia a dia da clínica. Sem isso, você corre o risco de cobrar menos do que realmente gasta para atender. 

Dica: Se você ainda não sabe quanto custa uma hora da sua clínica, vale conferir o nosso conteúdo completo sobre o assunto: Como calcular a hora clínica na odontologia 

2. Tempo do procedimento 

O tempo do dentista e da equipe é um recurso importante. Um procedimento que exige mais tempo deve ser precificado de forma diferente de um que exige menos, mesmo que o custo com materiais seja parecido. 

3. Complexidade e especialização 

Quanto mais técnica ou específica a intervenção, maior o valor agregado. Procedimentos cirúrgicos, ortodônticos ou estéticos exigem capacitação contínua e devem refletir esse investimento. 

4. Valor percebido pelo paciente 

A percepção de valor pode variar bastante. Um clareamento, por exemplo, pode ser enxergado como mais “caro” que uma restauração simples, mesmo que a execução seja mais rápida. O segredo está em como você comunica o impacto do tratamento na vida do paciente. 

5. Concorrência (com parcimônia) 

Saber quanto outros profissionais cobram é útil como referência, mas não deve ser seu principal critério. O que importa é se o seu preço está alinhado com o valor que você entrega e com a saúde financeira da sua clínica. 

O que é Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos? 

A CBHPO é uma tabela elaborada pela Associação Brasileira de Odontologia de Grupo (ABOG) em conjunto com outras entidades do setor. Ela lista procedimentos odontológicos com códigos padronizados, descrições e valores de referência, sendo usada principalmente por operadoras de planos odontológicos. 

Ela serve como base de precificação? 

Serve como uma referência, mas não como uma obrigação. 

Para planos odontológicos: Ela costuma ser o padrão seguido para negociação e remuneração de prestadores. 

Para atendimentos particulares: Pode ser usada como ponto de partida, mas não leva em conta os custos individuais da sua clínica, região ou diferenciais. 

Como usar a CBHPO de forma estratégica? 

Para comparar com o que os planos pagam e decidir se vale a pena atender convênios. 

Para estruturar seu catálogo de serviços, padronizando descrições e códigos. 

Como base mínima de preço, ajustando para cima de acordo com os custos e o posicionamento da sua clínica. 

 Dá para levar em conta a tabela de preços do convênio para precificar? 

É importante entender que uma tabela de precificação na odontologia criada por convênio é fixa e muitas vezes não cobre todos os seus custos. Nesses casos, é preciso avaliar: 

  • O volume de pacientes que o convênio traz compensa a margem menor? 
  • É possível reduzir custos sem perder qualidade? 
  • Vale a pena oferecer procedimentos fora da cobertura com valor diferenciado? 

Muitos consultórios utilizam os convênios como porta de entrada e investem na fidelização e no marketing para conversão de procedimentos particulares. 

Migrar de sistema

É errado cobrar mais caro do que a média da região? 

Não, desde que você justifique esse valor com base em diferenciais concretos, como tecnologia, atendimento personalizado, estrutura, tempo de experiência, especializações ou acompanhamento pós-procedimento. 

O importante é que o paciente entenda que está pagando por algo mais completo, e não apenas pelo procedimento em si. 

Devo mostrar o preço na primeira consulta? 

Depende da abordagem da clínica. Em geral, é interessante realizar uma avaliação clínica e apresentar o plano de tratamento com clareza antes de falar sobre valores. Isso ajuda o paciente a entender o que está incluso, o tempo estimado e os benefícios. 

Importante: transparência é tudo. Evite surpresas no orçamento e mantenha a confiança desde o primeiro atendimento. 

Como um software de gestão para clínicas pode ajudar na precificação? 

Um bom sistema para clínicas odontológicas permite: 

  • Cadastrar procedimentos com custos e valores personalizados; 
  • Calcular o custo por hora e ajudar na definição de preços; 
  • Integrar o prontuário com controle financeiro; 
  • Identificar os procedimentos mais rentáveis. 

Tudo isso facilita decisões mais estratégicas e evita que a precificação na odontologia fique baseada apenas em intuição. 

E se o paciente disser que está caro? 

Não baixe o preço automaticamente. Em vez disso, reforce os benefícios do tratamento e mostre as opções de pagamento. Uma boa alternativa para melhorar a conversão é oferecer parcelamento ou financiamento odontológico, o que torna o valor mais acessível sem comprometer sua margem de lucro. 

Precificação é gestão e gestão é com o Clínica nas Nuvens 

Precificar bem é um ato de gestão e não de adivinhação. Quanto mais dados você tiver sobre sua clínica, mais coerente será sua política de preços. 

E mais: uma clínica sustentável financeiramente cresce com mais segurança, e oferece um atendimento melhor e mais constante aos seus pacientes. 

Se você ainda não acompanha seus custos com precisão, comece agora. E conte com o apoio de um sistema como o Clínica nas Nuvens para tornar sua gestão mais estratégica. Saiba mais! 

Compartilhe
Mariana dos Santos Jose

Mariana dos Santos Jose

Redatora com expertise em criação de conteúdos digitais de negócios para negócios. Focada em tecnologia, acredita nas palavras como pontes para soluções com iniciativas valiosas como o Clínica nas Nuvens.
Compartilhar Inscreva-se