Protocolo de Manchester: o que é e como implementar a classificação de risco na sua clínica

Protocolo de Manchester: o que é e como implementar a classificação de risco na sua clínica

Hoje, mesmo com algumas deficiências que possam ser encontradas no ambiente da saúde, o Protocolo de Manchester é elementar para proporcionar um atendimento humanizado e um divisor de águas entre o bem-estar e o risco de vida de muitas pessoas. 

Neste texto, você irá entender, não apenas o que é e como implementar o Protocolo de Manchester na sua clínica, mas sua história e importância para a área da saúde. Desta forma, vamos começar analisando como este sistema de triagem se fez necessário para a área da saúde. Acompanhe!

A necessidade é a mãe da inovação

A busca por equidade, agilidade, senso de urgência e maior qualidade no atendimento de pessoas, abrange inúmeras áreas profissionais. Não é de hoje que empresas, organizações, instituições, grupos ou mesmo indivíduos, estudam e buscam melhores condições de trabalho para si e para satisfazer seus clientes.

No campo da saúde, em que trafegam enfermeiros, médicos, diretores de hospitais, donos de clínicas, secretárias, financeiros e outros colaboradores, não é diferente. Ao longo das décadas, muitos avanços foram feitos e muita coisa mudou para melhor. 

De modo geral, todo mundo está sempre procurando uma maneira mais eficiente de melhorar a vida de quem paga por seus serviços ou produtos. Mas, se no ramo empresarial o público atendido é “o cliente”, no universo da saúde a busca por melhores condições se estende para “o paciente”. Duas palavras, diga-se, dissociadas por uma diferença colossal de sentido. 

Satisfazer um paciente significa muito mais do que mudar o sabor de um produto para agradar o cliente, como seria a atitude de uma empresa de alimentos, por exemplo. O ato de ter um paciente satisfeito pode ser algo tão sério e importante, que reflete diretamente na saúde ou mesmo na vida daquela pessoa.

Assim, percebendo os sérios problemas encontrados nas emergências, vendo pessoas sofrerem, seus quadros piorarem e, até mesmo, perderem a vida (muitas vezes por não serem atendidas no momento certo), surgiu o Protocolo de Manchester.

Protocolo de Manchester

O que é o Protocolo de Manchester

O Protocolo de Manchester nada mais é do que um método de classificação do risco de vida da pessoa. Ele é determinado pelas cores: azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. Os casos mais graves são indicados na cor vermelha e os casos menos preocupantes são marcados com a cor azul. 

Além disso, as outras cores determinam se o estado do paciente está mais ou menos complicado. Por exemplo: a cor verde indica que a situação de determinada pessoa é levemente mais delicada do que a que possui a marcação azul.

Consequentemente, quem recebe a cor amarela, está um pouco mais debilitado do que quem recebeu a verde. Já a pessoa que recebe a marcação de cor laranja, tem prioridade em relação a quem recebeu a amarela e se classifica dentro de um quadro em que há risco de vida. Por fim, a pessoa que recebe a cor vermelha, tem sério risco de vida e deve ser atendida imediatamente.

Como surgiu o Protocolo de Manchester?

O Protocolo de Manchester, também conhecido como Escala de Manchester ou Sistema de Triagem de Manchester (MTS), foi desenvolvido na cidade de Manchester, no Reino Unido, na década de 1990. 

Foi criado por um grupo de enfermeiras especializadas em emergências e urgências para melhorar a eficiência e a qualidade da triagem de pacientes em serviços de saúde.

Antes da implementação da Escala de Manchester, o processo de triagem de pacientes era geralmente baseado na ordem de chegada, o que nem sempre permitia uma identificação e priorização adequada dos casos mais graves. 

Os profissionais de saúde perceberam que era necessário um sistema diferenciado para classificar a urgência de atendimento dos pacientes de forma mais precisa.

Como foi desenvolvido

O Protocolo de Manchester foi desenvolvido com base em princípios de atendimento centrado no paciente, utilizando uma abordagem baseada em evidência. 

Foi projetado para ser simples, rápido e eficiente, permitindo uma avaliação rápida dos pacientes e sua categorização de acordo com a gravidade de seus sintomas.

Ao longo do tempo, este sistema Manchester de classificação de risco foi aprimorado e refinado com base em pesquisas e feedback de profissionais de saúde que a utilizavam. O objetivo era garantir que fosse um sistema confiável e válido para auxiliar na tomada de decisões de triagem.

O reconhecimento internacional

A Escala de Manchester ganhou reconhecimento internacional e foi amplamente aceita em serviços de emergência e urgência em diversos países como Alemanha, Holanda, Suécia e, claro, o Brasil. 

Além disso, seu uso tem sido associado a benefícios, como redução do tempo de espera, melhoria na triagem de pacientes e melhor resposta a situações de emergência.

No entanto, é importante ressaltar que a classificação de risco Manchester não é o único sistema de triagem utilizado na área da saúde. Existem outros sistemas de triagem, cada um com suas particularidades e variações, dependendo do contexto e das diretrizes de cada instituição de saúde.

Como é definido o Protocolo ou Escala de Manchester

O Protocolo Manchester, como já foi mencionado, se configura através da gravidade do paciente na hora do atendimento. Para simplificar, vamos trazer um exemplo: Imaginemos que um paciente entre em uma unidade de saúde, hospital, emergência ou clínica médica. 

Logo, essa pessoa será supervisionada por profissionais que irão (levando em conta os sintomas e as análises prévias do estado de saúde da pessoa), lhe conferir uma posição dentro da classificação Manchester

A condição de saúde dessa pessoa colocará ela entre a matiz azul e vermelha. Sendo assim, a relação entre Protocolo de Manchester e tempo de espera para o atendimento é relativo à classificação no protocolo, somado à quantidade de outras pessoas que estejam procurando ajuda naquele local. 

Cabe dizer também que essas cores podem ser indicadas através de pulseiras, adesivos ou qualquer outra maneira que deixe explícita a condição do paciente e sua posição para o apoio médico.

Quantos fluxogramas tem o Protocolo de Manchester e oque cada cor indica?

O Protocolo de Manchester tem 53 fluxogramas, além de outros dois para situações de múltiplas vítimas. Os fluxogramas auxiliam na avaliação do risco durante a triagem e trazem sintomas em diferentes níveis de gravidade como: agressão, alergias, cefaléia, desmaio, dor abdominal, overdose, palpitações, queimaduras, trauma, etc.

Neste cenário, cada cor representa um nível de prioridade diferente em relação ao sintoma do paciente. Embora as cores possam variar em diferentes sistemas de triagem, a seguir está uma descrição geral do sistema de triagem por cores que é amplamente utilizado:

Azul

A cor azul é frequentemente utilizada para identificar pacientes que não apresentam risco imediato à vida e não necessitam de atendimento de urgência. Geralmente, esses pacientes têm condições de saúde que podem ser tratados em uma unidade básica de saúde ou em um contexto não emergencial. Eles podem aguardar atendimento por um período mais longo.

Verde

A cor verde é atribuída a pacientes com condições de saúde não emergenciais, mas que ainda exigem atendimento médico. Embora sua condição não seja grave, eles podem precisar de avaliação e tratamento dentro de um período razoável. Esses pacientes geralmente apresentam sintomas leves ou condições crônicas estáveis.

Amarelo

A cor amarela é usada para pacientes que passaram por um atendimento médico urgente, mas não estão em estado crítico. Eles têm sintomas mais graves ou condições médicas agudas que receberam atenção médica em um prazo mais curto. Embora não sejam emergências imediatas, esses pacientes podem requerer intervenção para evitar complicações ou agravamento da condição médica.

Laranja

A cor laranja é atribuída a pacientes com condições médicas urgentes que exigem rápido atendimento. Esses pacientes têm sintomas ou condições que podem piorar rapidamente se não forem tratados com ingestão. Embora não estejam em risco de vida iminente, eles precisam de cuidados médicos em um curto período de tempo.

Vermelho

A cor vermelha é reservada para pacientes em estado crítico que episódio de atendimento médico imediato. Esses pacientes estão em risco imediato de vida e precisam de intervenções médicas urgentes para estabilizá-los. Apresentam condições médicas graves ou lesões que requerem atenção imediata e prioridade máxima.

É importante lembrar que a atribuição de núcleos pode variar entre diferentes sistemas de triagem hospitalar. O objetivo principal é priorizar o atendimento com base na gravidade e na urgência da condição do paciente, permitindo uma alocação eficiente dos recursos médicos disponíveis.

Quantos fluxogramas tem o Protocolo de Manchester?

Quais são os tipos de triagem?

O sistema de triagem também pode ser separado por ambiente de atuação. Desta maneira, veja quais são os tipos de triagem por local de atendimento. Acompanhe cada uma delas!

Triagem ambulatorial

A triagem ambulatorial ocorre em um ambiente de atendimento ambulatorial, como clínicas médicas, centros de saúde ou familiares. O objetivo da triagem ambulatorial é avaliar os pacientes de acordo com a gravidade de seus sintomas ou condições médicas. 

Isso permite determinar a ordem de atendimento, priorizando aqueles que receberam atenção imediata ou mais urgente. Uma triagem ambulatorial pode envolver uma avaliação inicial dos sintomas, medição dos sinais, observação, sessões e entrevistas para coletar informações relevantes sobre o paciente.

Triagem clínica

A triagem clínica ocorre em um ambiente hospitalar, geralmente na sala de emergência. É o processo pelo qual os pacientes são avaliados quanto à gravidade de sua condição médica e à necessidade de atendimento imediato. 

Os profissionais de saúde, como enfermeiros ou médicos, avaliam os médicos, preparam exames físicos, coletam informações sobre a história médica do paciente e podem solicitar exames complementares, como exames de sangue ou radiografias.

Com base nessa avaliação, é determinada a prioridade de atendimento, alocando recursos médicos de acordo com a gravidade do caso.

Triagem hospitalar

A triagem hospitalar é realizada em um hospital e geralmente ocorre na sala de emergência. O objetivo é identificar a gravidade da condição do paciente e determinar a prioridade de atendimento dentro do ambiente hospitalar. 

Durante uma triagem hospitalar, os pacientes são avaliados quanto à gravidade dos sintomas, necessidade de tratamento imediato, risco de complicações e urgência de complicações médicas. Essa triagem é importante para alocar recursos hospitalares de maneira eficiente e garantir que os casos mais graves sejam atendidos.

Triagem psicológica

A triagem psicológica envolve uma avaliação inicial de pacientes com problemas de saúde mental ou emocional. É um processo pelo qual profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, avaliam a condição psicológica e emocional dos pacientes. 

A triagem psicológica pode envolver entrevistas, sessões, testes psicológicos e observação do comportamento do paciente. Com base nessa avaliação, os profissionais de saúde podem determinar a necessidade de tratamento, encaminhando para um especialista adequado ou o grau de urgência para o atendimento.

A importância do Protocolo de Manchester para as clínicas particulares e clínicas populares

Como já foi mencionado, o Protocolo de Manchester é extremamente eficiente, pois proporciona organização, padronização e justiça no suporte aos pacientes. 

Os atendimentos acontecem de maneira mais coordenada, rápida e assertiva. As necessidades de cada indivíduo são assimiladas pela equipe médica e impera a imparcialidade, maior segurança na tomada de decisões e respeito a todos que procuram auxílio médico. 

No caso das Clínicas Médicas, sejam clínicas particulares ou Clínicas Populares, a implementação do Protocolo de Manchester é uma decisão que, sem dúvidas, impacta positivamente no negócio.

Algumas vantagens

Vale ressaltar (como exemplos de benefícios e para além de tudo o que já foi mencionado) que o Protocolo de Manchester também gera mais economia, pois reduz o desperdício de materiais. Os pacientes recebem as medicações e recursos determinados pelo diagnóstico de gravidade, aferido durante a triagem. 

No mais, minimiza a superlotação, já que promove a ordem nos locais de assistência ao público, e também reduz significativamente os erros que possam ocorrer no atendimento aos pacientes.

Sendo assim, uma clínica profissional não pode ficar para trás e deve sempre investir no que gera progresso, melhorias para equipe e pacientes e, obviamente, traz mais lucratividade para o negócio

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Como implementar o protocolo de Manchester na sua clínica?

Para implementar o Protocolo de Manchester na sua clínica médica, você precisa avaliar sua estrutura, equipe, recursos financeiros e tudo o que gira em torno do seu negócio. Para além disso, tenha em mente os seguintes requisitos:

Conscientização da equipe

É essencial que todos os membros da equipe médica e de enfermagem estejam cientes da Escala de Manchester e compreendam sua importância. Realize reuniões ou sessões informativas para explicar os princípios e benefícios da triagem baseada na escala. Destaque como ela pode melhorar a qualidade do atendimento e a eficiência do serviço.

Capacite seu time

Realize treinamentos para capacitar a equipe na aplicação correta da Escala de Manchester. Isso pode incluir a explicação detalhada dos critérios de cada cor, exemplos de casos práticos e exercícios de triagem simulados. 

Certifique-se de que todos estejam entendendo como usar a escala para categorizar corretamente a urgência do atendimento.

Seja acompanhado por um tutor da GBCR

A GBCR (Global Business Certification and Research) é uma organização que promove a implementação da Escala de Manchester. 

Ter um tutor da GBCR pode ser valioso, pois eles podem fornecer orientação especializada e apoio contínuo durante o processo de implementação. Eles podem ajudar a adaptar a escala às necessidades específicas da clínica e fornecer diretrizes adicionais.

Promova treinamentos para seus auditores internos

Além de capacitar a equipe clínica, é importante projetar e treinar auditores internos. Esses profissionais serão responsáveis ​​por garantir a conformidade e a precisão da triagem realizada de acordo com a Escala de Manchester. 

Eles devem ser treinados para revisar e auditar os casos triados, oferecendo feedback construtivo para melhorias contínuas.

Garanta seu selo de qualidade com uma auditoria externa

Para validar a implementação da Escala de Manchester e obter um selo de qualidade reconhecido externamente, é recomendável realizar uma auditoria externa. 

Contrate uma organização ou profissional especializado em auditoria de serviços de saúde para avaliar o cumprimento dos padrões da Escala de Manchester. Essa auditoria externa ajudará a identificar áreas de melhoria e garantir a conformidade com as diretrizes.

Qual seria o passo a passo do Protocolo de Manchester dentro de uma clínica?

É importante compreender que, o passo a passo a seguir é geral e a implementação do Protocolo ou Escala de Manchester pode variar de acordo com as especificidades de cada clínica médica

O processo não apenas pode como deve ser adaptado às necessidades e recursos de cada empreendimento. Considerações feitas, veja o passo a passo geral para a realização da Escala de Manchester em uma clínica médica:

Treinamento da equipe

Antes de começar a implementar a Escala de Manchester, é essencial que toda a equipe médica e de enfermagem seja treinada sobre os princípios, critérios e procedimentos da triagem. Isso garantirá uma compreensão consistente e precisa da escala.

Estabelecimento de um sistema de triagem

Determine o local adequado para realizar a triagem dos pacientes na clínica. Pode ser uma área designada ou uma sala específica. Certifique-se de que haja privacidade e espaço suficiente para acomodar os pacientes em triagem.

Criação de um formulário de triagem

Desenvolva um formulário de triagem diferenciado, com base nos critérios da Escala de Manchester. O formulário deve conter informações relevantes, como dados pessoais do paciente, queixas principais, histórico médico, sintomas, sintomas e outras informações relevantes.

Avaliação inicial

Um profissional de saúde treinado deve fazer uma avaliação inicial rápida do paciente para determinar uma necessidade de triagem urgente. Durante essa avaliação, é importante identificar os sinais de emergência e garantir que os pacientes em estado crítico sejam encaminhados imediatamente para atendimento prioritário.

Aplicação da Escala de Manchester

Com o paciente triado como não urgente na etapa anterior, é hora de aplicar a Escala de Manchester. Siga os critérios pela escala para categorizar a urgência do atendimento do paciente em uma das cores: vermelho, laranja, amarelo, verde ou azul.

Registre as informações

Registre todas as informações relevantes coletadas durante a triagem no formulário. Isso inclui a cor atribuída, os sintomas apresentados, os sinais de comportamento, observações adicionais e outros detalhes pertinentes.

Encaminhamento e direcionamento

Com base na categoria de triagem atribuída, encaminhe o paciente para o local apropriado dentro da clínica. Pacientes com triagem vermelha e laranja devem ser encaminhados para atendimento imediato, enquanto pacientes com triagem amarela, verde e azul devem ser direcionados para as áreas correspondentes à sua prioridade de atendimento.

Reavaliação periódica

É importante reavaliar periodicamente os pacientes que estão aguardando atendimento, principalmente aqueles com triagem amarelo, verde e azul, para garantir que não haja mudanças em sua condição e para ajustar a prioridade de atendimento, se necessário.

Melhoria contínua

Realize revisões periódicas do processo de triagem e da aplicação da Escala de Manchester na clínica. Identifique áreas de melhoria, revise os procedimentos conforme necessário e forneça treinamento contínuo à equipe para garantir a adesão adequada à escala.

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André Luiz Forchesatto

André Luiz Forchesatto

Ajudo a facilitar a rotina de nossos clientes, gerenciando o time que trabalha constantemente para simplificar a gestão de clínicas, consultórios e centros médicos pelo Brasil.
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