A tecnologia, com toda a certeza, beneficiou a área da saúde, seja pela facilidade de acesso às informações, pela otimização de tempo e recursos com o auxílio de softwares para gestão ou pelos benefícios proporcionados à relação entre médicos e pacientes.
Por isso, é cada vez mais difícil encontrar uma clínica, consultório ou, até mesmo, hospital que não tenha se rendido às vantagens oferecidas pelas inovações tecnológicas.
Por outro lado, as facilidades são tantas que, muitas vezes, os limites são extrapolados. Um dos principais problemas envolve justamente o uso de um aplicativo bastante popular nessa era da conexão: o WhatsApp.
Afinal, o médico deve ou não passar seu número ao paciente?
O grande ponto deste questionamento está em encontrar o equilíbrio entre a conduta ética profissional e os interesses dos pacientes. O médico pode, sim, informar o número de seu telefone ao paciente, mas antes disso, é preciso que haja uma comunicação clara entre as partes para que alguns limites sejam estabelecidos.
Nessa conversa, o bom senso precisa prevalecer, tanto por parte do profissional, quanto do paciente. Mas, de certa forma, quem define o tom dessa nova forma de relacionamento é o médico, que precisa se posicionar junto ao público atendido.
Com o número de seu WhatsApp em mãos, uma coisa é certa: os pacientes se sentirão “tentados” a entrar em contato, alguns mais, outros menos, mas isso vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, em qualquer momento do dia, da madrugada, fim de semana, férias ou feriado.
Para os pacientes, a ferramenta acaba se transformando em um canal para compartilhar as angústias e sintomas na espera de receber um diagnóstico rápido por parte do profissional. Mas, para os profissionais, o uso desse ou de outros aplicativos vai um pouco mais além.
O que diz o Conselho Federal de Medicina
O Conselho Federal de Medicina (CFM) é enfático, proibindo a prática de consultas médicas através do telefone ou internet. Segundo a entidade, a intenção é evitar que os profissionais utilizem esse tipo de canal para oferecer serviços a distância.
Isso não significa dizer que os médicos estão expressamente proibidos de conversar com seus pacientes através de canais como o WhatsApp, por exemplo.
A orientação do CFM é para que essas ferramentas sejam utilizadas apenas em algumas ocasiões, como envio de materiais educativos ou para esclarecer dúvidas sobre uso de algum medicamento ou sintomas que possam vir a surgir durante o tratamento.
Dessa forma, a orientação é nunca substituir uma consulta física. E isso precisa estar mais do que claro para o paciente. Converse, oriente e estabeleça limites no uso do WhatsApp. Ele certamente vai entender e você não enfrentará problemas sobre o assunto.
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